Estamos vivendo um momento de contexto social bem conturbado onde vemos o egoísmo, a violência, a mesquinhez de espírito avançarem como relâmpago em dias de tempestade. A velocidade parece levantar poeira e deixar cegos e confusos os valores humanitários como, por exemplo, a bondade. E, com isso, as pessoas vão se transtornando, perdendo o referencial e se tornando seres irritadiços. Tudo por conta da falta de esperança em dias melhores e mais justos.
Vamos ilustrar com uma breve narrativa de um fato real.
Era inverno no Rio de Janeiro e, naquela manhã fazia frio e chovia muito. As pessoas estavam visivelmente irritadas, molhadas e com raiva de seus guarda-chuvas pingando ininterruptamente. O fato aconteceu em uma linha de ônibus que fazia o itinerário Gávea – Central/Central - Gávea. O motorista, que devia ter perto de 65 anos, além de ótimo profissional, tinha uma característica muito especial: a felicidade de viver. Todos os passageiros que entravam em seu veículo eram saudados por um entusiasmado e sorridente “Bom Dia, como vai a Senhora/Senhor/Jovem/Filha/Filho”. Todos se surpreendiam, poucos retribuíam e ele continuava, cada vez mais intensamente, espalhando sua alegria transbordante. Durante o trajeto ele comentava o que via, sempre de forma positiva, e nos convidando a olhar de forma diferente para a paisagem cotidiana tão deformada e mergulhada em tantos problemas. E com suas atitudes ele contagiava as pessoas e ajudava a quebrar o gelo imposto pelas contínuas decepções do dia a dia. E, no decorrer do percurso, uma transformação surpreendente acontecia para cada um em particular. Com toda certeza, saíamos daquele ônibus mais aliviados e confiantes que as mudanças externas eram possíveis quando respaldadas pelas mudanças internas.
Eu voltei a pegar o ônibus deste senhor por muitas vezes e a magia estava sempre presente, acontecendo e mudando o semblante dos passageiros. O poder do sorriso é imensurável. Estas atitudes ‘alto astral’ interferem radicalmente em nosso ambiente de trabalho. O desempenho é maior e mais qualificado quando experimentamos esta sensação de bem-estar. E, com certeza, nos ajuda muito na caminhada profissional. Você, estagiária/estagiário, que tal conciliar responsabilidade e compromisso com bem-estar comunitário? Fica a dica.
Cláudia Oliveira | Orientação Profissional
Cláudia Oliveira é Psicóloga e Orientadora Profissional do Espaço Carreiras - Central de Estágios da PUC-Rio.
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